O MURO


"Construi um muro em volta do meu coração

para que ninguém nunca mais entrasse nele.

Embolsei as paredes com as mentiras que me fizeram tocar o chão.

Depois pintei o muro com os sonhos que desenhei para alguém,

que nunca ligou para eles...


Construi um muro tão alto,

que até os anjos se comoveram com as ilusões desfeitas de um coração pisoteado.


Construi um muro tão alto,

que nem os sonhos mais leves podem alcançá-lo.

Construi um muro para que ninguém entrasse dentro do meu coração...


Mas esqueci que ainda tinha alguém dentro dele...

Como é estúpido o egoismo...


Construi um muro e destrui a mim mesmo.


Mas quem sabe,

as luzes do lado de lá, que passam pelas frestas que deixei de propósito no muro,

para poder ver você passar, me faça mudar de idéia,

e em um inverno mais gelado, eu construa uma escada,

e volte para o outro lado,

para aqueçer os sonhos que você ficou velando durante o outono.


Quem sabe..."



(Mehiel)

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